Apesar da fatura parecer liquidada, devo admitir que fiquei nervoso no pré-jogo de ontem. Mata-mata faz isso comigo. Ainda mais quando o adversário é um rival. Minha cabeça martela aquele pessimista pensamento: “Já pensou se eles fazem um jogo perfeito e nos eliminam?”.
O dia passou e a hora de ir à Vila chegou. A recepção ao ônibus fez o nervoso passar. A energia que a torcida transmitia era de arrepiar. Sabia que não iríamos perder.
Entrei na Vila, ainda vazia e fiquei no aguardo. Os times subiram a campo para aquecimento e a recepção pro Ganso e pro Rogério Ceni (#M1CO) era o principal passatempo da torcida.
Aos poucos, o estádio ia enchendo e, pouco menos de 20 minutos antes do jogo, já se parecia com uma panela de pressão. A torcida cantava alto e mantinha os tricolores calados.
O time subiu ao gramado e a festa era grande. Tínhamos, em nossas mãos (ou pés), a vaga em mais uma final de nacional. Após o hino, era visível em cada jogador alvinegro a vontade de ganhar, novamente, e subir ao penúltimo degrau rumo ao título.
O jogo começou e logo aos 30 segundos, a zaga do São Paulo já mostrava o quão estabanada, e desorganizada, podia ser. Marquinhos Gabriel recebeu na esquerda, jogou no meio da área pra Gabriel que até conseguiu alcançar, mas furou. O Santos dava sinais de que entrava muito focado no jogo.
Aos 11, a bola caiu nos pés de Lucas Lima, ele lançou Gabriel, que, em velocidade, deu belo passe, de trivela, pra Ricardo Oliveira, sempre ele, mandar pro fundo do gol. Da arquibancada já se ouviam os primeiros gritos de: “ELIMINADO! ELIMINADO!”.
Aos 19, Luís Fabiano cabeceou e parou em grande defesa de Vanderlei, que cedeu escanteio. Cobrado o escanteio, o Santos roubou a bola e puxou o tradicional, e mortal, contra-ataque. Lucas Lima veio pela esquerda de ataque alvinegra e virou o jogo pra Marquinhos Gabriel, que dominou, ajeitou e bateu com maestria no ângulo direito de Rogério. À essa hora, a vaga já estava definida.
Aos 23, mais um contra-ataque mortal. Lucas Lima cruzou da esquerda pra Ricardo Oliveira, de novo, chutar com muita categoria e mandar pro fundo das redes de Rogério. O que se ouvia das arquibancadas era o tradicional, e já de rotina: “AH, É OLIVEIRA! AH, É OLIVEIRA!”.
Mesmo tirando o pé, o alvinegro tinha o controle do jogo e quase chegou ao quarto. Aos 28, a bola sobrou na área e Marquinhos Gabriel mandou na trave. O São Paulo, apático e irreconhecível dentro de campo, dava a impressão de que sofreria uma goleada histórica. Enquanto isso, o Santos tirava cada vez mais o pé.
O primeiro tempo chegou ao fim com o jogo na mão do Peixe e um São Paulo desequilibrado emocionalmente.
Na volta do segundo tempo, para a festa da torcida do Santos, Rogério Ceni não voltou com o time tricolor, já que tinha se machucado logo no começo do jogo.
Segundo tempo esse, que foi muito diferente do primeiro. Muito mais monótono. O Santos segurava o jogo e se poupava. Afinal, domingo tem mais uma decisão. Confronto direto pelo G-4 do Brasileirão, contra o Palmeiras.
O São Paulo tentava fazer seu gol de honra, mas tinha dificuldade pra se achar em campo e furar o sistema defensivo do Peixe. O jeito era arriscar chutas de média e longa distância. Michel Bastos era quem mais arriscava e, aos 24, acertou a trave esquerda de Vanderlei.
De tanto tentar, uma hora acertou. Aos 29, Centurión deu bom passe de calcanhar para o próprio Michel Bastos chutar, num lance muito parecido com o anterior, e marcar o gol de honra do São Paulo.
Depois disso, os dois times diminuíram o ritmo e ficou nisso mesmo.
O Santos disputará uma final de Copa do Brasil, pela 2ª vez em sua história!
Depois de começar o ano ouvindo que seríamos rebaixados, vemos o time driblar todos os problemas financeiros e ser o único time a brigar ATÉ O FINAL em todas as competições que disputou! É por essas e outras que eu amo esse clube!
Vamos, Santos!