CPF na nota?

Apesar da fatura parecer liquidada, devo admitir que fiquei nervoso no pré-jogo de ontem. Mata-mata faz isso comigo. Ainda mais quando o adversário é um rival. Minha cabeça martela aquele pessimista pensamento: “Já pensou se eles fazem um jogo perfeito e nos eliminam?”.

O dia passou e a hora de ir à Vila chegou. A recepção ao ônibus fez o nervoso passar. A energia que a torcida transmitia era de arrepiar. Sabia que não iríamos perder.

Entrei na Vila, ainda vazia e fiquei no aguardo. Os times subiram a campo para aquecimento e a recepção pro Ganso e pro Rogério Ceni (#M1CO) era o principal passatempo da torcida.

 Santos volta a vencer o São Paulo e está na final da Copa do Brasil  (foto:Miguel Schincariol/LANCE!Press)
Vai uma bengala aí? Nota Fiscal Paulista? Ou quer que assine a carteira do INSS?

Aos poucos, o estádio ia enchendo e, pouco menos de 20 minutos antes do jogo, já se parecia com uma panela de pressão. A torcida cantava alto e mantinha os tricolores calados.

O time subiu ao gramado e a festa era grande. Tínhamos, em nossas mãos (ou pés), a vaga em mais uma final de nacional. Após o hino, era visível em cada jogador alvinegro a vontade de ganhar, novamente, e subir ao penúltimo degrau rumo ao título.

O jogo começou e logo aos 30 segundos, a zaga do São Paulo já mostrava o quão estabanada, e desorganizada, podia ser. Marquinhos Gabriel recebeu na esquerda, jogou no meio da área pra Gabriel que até conseguiu alcançar, mas furou. O Santos dava sinais de que entrava muito focado no jogo.

Antes do jogo já era de conhecimento geraL: “ACABOU!”. Mas acabou o que? O confronto ou a carreira do #M1CO?

Aos 11, a bola caiu nos pés de Lucas Lima, ele lançou Gabriel, que, em velocidade, deu belo passe, de trivela, pra Ricardo Oliveira, sempre ele, mandar pro fundo do gol. Da arquibancada já se ouviam os primeiros gritos de: “ELIMINADO! ELIMINADO!”.

Aos 19, Luís Fabiano cabeceou e parou em grande defesa de Vanderlei, que cedeu escanteio. Cobrado o escanteio, o Santos roubou a bola e puxou o tradicional, e mortal, contra-ataque. Lucas Lima veio pela esquerda de ataque alvinegra e virou o jogo pra Marquinhos Gabriel, que dominou, ajeitou e bateu com maestria no ângulo direito de Rogério. À essa hora, a vaga já estava definida.

 Santos volta a vencer o São Paulo e está na final da Copa do Brasil (foto:Miguel Schincariol/LANCE!Press)
Marquinhos Gabriel sai pra comemorar o golaço que marcou. Fica, Marquinhos!

Aos 23, mais um contra-ataque mortal. Lucas Lima cruzou da esquerda pra Ricardo Oliveira, de novo, chutar com muita categoria e mandar pro fundo das redes de Rogério. O que se ouvia das arquibancadas era o tradicional, e já de rotina: “AH, É OLIVEIRA! AH, É OLIVEIRA!”.

Mesmo tirando o pé, o alvinegro tinha o controle do jogo e quase chegou ao quarto. Aos 28, a bola sobrou na área e Marquinhos Gabriel mandou na trave. O São Paulo, apático e irreconhecível dentro de campo, dava a impressão de que sofreria uma goleada histórica. Enquanto isso, o Santos tirava cada vez mais o pé.

O primeiro tempo chegou ao fim com o jogo na mão do Peixe e um São Paulo desequilibrado emocionalmente.

Na volta do segundo tempo, para a festa da torcida do Santos, Rogério Ceni não voltou com o time tricolor, já que tinha se machucado logo no começo do jogo.

Segundo tempo esse, que foi muito diferente do primeiro. Muito mais monótono. O Santos segurava o jogo e se poupava. Afinal, domingo tem mais uma decisão. Confronto direto pelo G-4 do Brasileirão, contra o Palmeiras.

O São Paulo tentava fazer seu gol de honra, mas tinha dificuldade pra se achar em campo e furar o sistema defensivo do Peixe. O jeito era arriscar chutas de média e longa distância. Michel Bastos era quem mais arriscava e, aos 24, acertou a trave esquerda de Vanderlei.

 Santos volta a vencer o São Paulo e está na final da Copa do Brasil  (foto:Miguel Schincariol/LANCE!Press)
RO9 comemora, mais uma vez, contra o São Paulo. O 7º em 6 jogos no ano. AH, É OLIVEIRA!

De tanto tentar, uma hora acertou. Aos 29, Centurión deu bom passe de calcanhar para o próprio Michel Bastos chutar, num lance muito parecido com o anterior, e marcar o gol de honra do São Paulo.

Depois disso, os dois times diminuíram o ritmo e ficou nisso mesmo.

O Santos disputará uma final de Copa do Brasil, pela 2ª vez em sua história!

Depois de começar o ano ouvindo que seríamos rebaixados, vemos o time driblar todos os problemas financeiros e ser o único time a brigar ATÉ O FINAL em todas as competições que disputou! É por essas e outras que eu amo esse clube!

Vamos, Santos!

O fim da maldição da camisa 4

Há muito tempo o Santos vinha sofrendo com a maldição da camisa 4. Todos que vestiam o manto alvinegro com o número tinham baixo rendimento, ou muitas lesões. O Peixe parecia fadado a conviver com um eterno problema no seu time titular. Vieram Pará muito esforçado e pouco técnico, Fucile, que vivia no departamento médico, apesar de ser bom lateral, Jonathan, excelente jogador, mas que também não saía do DM, Galhardo, dá nervoso só de lembrar, só prestava pra bola parada, Cicinho, até tinha uma noção ofensiva, mas não marcava nem minha avó, Bruno Peres, mais perdido na marcação do que cego em tiroteio. O único que ainda manteve certa regularidade foi Danilo, que ficou por pouco tempo.

Se o problema era esse, não é mais. Victor Ferraz conquistou a torcida com atuações regulares e consistentes e já é possível afirmar que, atualmente, é o melhor lateral-direito do Brasil, ou o que mantém a maior regularidade.

Victor tem sido peça fundamental na equipe alvinegra pela facilidade que tem em subir ao ataque e recompor rapidamente. É, sem sombra de dúvidas, dos camisas 4 que tivemos nos últimos anos, o melhor deles na marcação e um dos melhores ofensivamente. É o mais completo.

Alguns chegam a falar dele na Seleção. E, após ver diversas falhas defensivas de Daniel Alves, contra o Chile, não ver Fabinho pronto pra ser titular absoluto da “canarinho”, confesso que Victor Ferraz seria uma excelente opção. Nem que fosse para a reserva do Danilo. É um lateral que se daria bem com Willian ali pelo lado direito de ataque e, graças à sua rápida recomposição, daria mais consistência ao sistema defensivo brasileiro, que tem muitos gols que se originam de falhas de marcação dos laterais.

Com 7 assistências no Brasileirão, Victor Ferraz é, no time do Santos, quem mais deu passes pra gol, junto com Lucas Lima. O que mostra sua qualidade ofensiva. Além disso, tem sido uma boa arma na bola parada. Levando perigo ao gol dos adversários. Contra o Vasco, deixou o seu em cobrança de falta.

A maldição da 4 acabou…

Se recuperando de dores nas costas e sem previsão de volta ao time titular, o lateral ainda é duvida para a partida contra o Grêmio, dia 15, às 21hrs, na Arena. Se for desfalque, Diogo Vitor deve ser improvisado no setor. Daniel Guedes, substituto natural, está suspenso por levar o terceiro cartão amarelo contra o Fluminense.

Caso retorne, Victor pode ser um dos maiores reforços do Santos para esse jogo. Além dele, Zeca, Marquinhos Gabriel e Gustavo Henrique devem voltar ao time titular. Geuvânio pode voltar, mas ainda é dúvida. Lucas Lima e Ricardo Oliveira, ambos com a Seleção Brasileira, estarão de volta, mas, como podem jogar dois dias antes contra a Venezula, também são dúvidas. Assim como Gabriel, que defende a Seleção Olímpica dois dias antes do jogo contra o Tricolor Gaúcho.

Torcer para que o time esteja completo e possamos buscar uma espetacular vitória na Arena, para se manter no G-4.

Vamos, Santos!

Valeu, Chape! Valeu, Flu! Olá, G4…estamos de volta!

FINALMENTE (imaginem todos os palavrões aqui, e em todos os idiomas existentes)! VOLTAMOS PRO G-4! ALELUIA! Depois de intermináveis 187 rodadas o Santos volta a figurar entre os 4 primeiros colocados do Campeonato Brasileiro! Chega de comemorações, vamos falar do jogo.

Bom, lá esteve eu, na curva do portão 1 e 2, ao lado da Sangue Jovem, esperançoso e tenso. Afinal, era mais um jogo que podia ser decisivo para o ano do Santos. Mas nem com toda a esperança que eu tinha, imaginaria um gol tão cedo, e tão “dado”, como ocorreu. Quando a bola foi recuada pro Cavalieri, eu gritava feito um louco: “PEGA! PEGA! APERTA! APERTA!”, e algum anjo iluminou o Lucas Lima (O Oliveira não, já que, costumeiramente, aperta os adversários) para que ele pressionasse. Diego Cavalieri dominou e na hora que foi chutar…era tarde. Lucas Lima foi pra cima, entrou dividindo, a bola bateu no seu pé e voltou. Enquanto ela viajava sobre o goleirão do Flu, minha respiração parava, eu imaginava ela indo pra fora e como seria lindo se ela tivesse entrado, mas…ELA ENTROU! O gol desestabilizou completamente o já desestabilizado, tática e tecnicamente, esquema defensivo do Fluminense. Tudo isso com 5 minutos.

Valeu, Cavalieri! A torcida alvinegra agradece!

Aos 10, veio o que nem o mais otimista torcedor alvinegro esperava, o 2º gol do Peixe. O alvinegro bateu lateral, Gabriel, que tava deitando e rolando ali pelo lado esquerdo defensivo do Flu, deu um drible usando só o corpo e deixou Pierre e Victor Oliveira batendo cabeça. A bola ficou com ele, que foi pra cima, ajeitou e chutou. Ela desviou em Marlon e sobrou pro ótimo Marquinhos Gabriel, que tá jogando muito e passou como um raio pelas costas do fraco Higor Leite, tocar pro gol vazio e ampliar. O jogo tava na mão, era só se manter ligado.

Tá jogando muito, garoto! Mais um na sua conta…o  3º em 3 jogos!

Aos 15, quase o terceiro, Lucas Lima cruzou, a bola passou por todo mundo e encontrou Gabriel, que bateu rasteiro pra excelente defesa de Cavalieri. Aliás, foi o mesmo Diego Cavalieri, que entregou o 1º gol, quem salvou o 3º em outra oportunidade, essa já aos 40, após belo passe de Marquinhos Gabriel, Daniel Guedes invadiu a área e soltou a bomba, pra mais uma vez parar no camisa 12 tricolor.

O primeiro tempo se foi e o pensamento era de que o que acontecesse nos primeiros 15 minutos de segundo tempo poderia mudar, completamente, o jogo. O Santos tinha que entrar ligado, fazer o terceiro e matar a partida.

Não foi o que aconteceu e logo aos 2 minutos, a bola sobrou para Wellington Paulista que mandou pra fora e desperdiçou excelente oportunidade para os cariocas sonharem com algo melhor que a derrota. Depois, aos 12, o mesmo Wellington Paulista perderia mais uma oportunidade, dessa vez parando em boa defesa de Vanderlei.

Joga de terno…é muito ídolo, amigo…

Depois disso, entre os 15 e os 38 minutos, teve o momento chato do jogo. O Peixe chegou ao terceiro com Neto Berola (EU NÃO ACREDITO, 2 GOLS EM 2 JOGOS, É PRA GLORIFICAR DE PÉ, IGREJA!), após excelente cruzamento de Daniel Guedes.

Ainda deu tempo do Fluminense, no tradicional bobeio de fim de jogo ganho pro Santos, fazer o seu. Robert teve liberdade e tranquilidade pra bater colocado no canto esquerdo de Vanderlei, que ainda escorregou no lance.

Final de jogo e só me restava torcer contra o Palmeiras. Deu certo. E como deu. Comemorei cada gol da Chape como se fosse gol do Alvinegro Praiano, até por isso fiquei rouco. O que importa é que o Verdão do Oeste nos garantiu o G-4 e a zoeira da semana pra cima dos nossos amigos palestrinos.

Não deixou o seu, mas foi bem participativo. Continue assim!

Agora, o foco do Santos é total no confronto contra o Grêmio, dia 17, às 21hrs, na Arena. A vitória nos deixará no G-4 e a 3 pontos do próprio Tricolor Gaúcho, nos mantendo na briga até pelo terceiro lugar. A vitória é essencial para o sonho da vaga na Libertadores, que, convenhamos, está cada vez mais próximo de se tornar realidade para o Glorioso Alvinegro Praiano.

Vamos, Santos!