Não, o título não quer dizer que 300 x 8=2400. O título é pra falarmos de mais um grande ídolo do Santos que joga o fino da bola. Renato. Renatinho pros mais íntimos.
Na última terça (15/03), na vitória por 1×0 sobre o XV de Piracicaba, os holofotes estavam mais voltados pra Renato do que pro Santos em si. O camisa 8 completou 300 jogos com a camisa alvinegra.
Renato estreou pelo Santos no dia 2 de agosto de 2000, em vitória por 2 a 0 sobre o Vitória, na Vila Belmiro. Dois anos mais tarde seria um dos destaques do time que surpreendeu o Brasil ao conquistar o título nacional. Em 2002, tínhamos um time formado só por garotos, que deram show, e passamos por cima de favoritos ao primeiro lugar, como São Paulo, Grêmio e Corinthians.
Naquele brasileiro, não foi punido nenhuma vez, nem mesmo com cartão amarelo. Além disso, fez o gol que fechou o placar por 2 a 0 no jogo de ida da final contra o rival do Parque São Jorge.
Ainda participou de parte da campanha do Brasileiro de 2004, que terminou com o Peixe campeão, antes de rumar pra Espanha, onde ajudou o Sevilla a conquistar a Liga Europa por duas vezes consecutivas, a Supercopa da Europa, também por duas vezes seguidas, uma Copa do Rei e uma Supercopa da Espanha.
Após 7 temporadas na Espanha, Renato voltou ao Brasil pra defender o Botafogo. Logo se tornou um dos principais jogadores do clube e foi peça importante nas campanhas do título estadual de 2013 e do Brasileiro de 2013, onde o Botafogo conseguiu uma vaga pra Libertadores, competição que não disputava há 18 anos.
Em maio de 2014, após 3 temporadas e meia no clube carioca, rescindiu seu contrato e acertou sua volta ao Santos. Reestreou contra o Goiás no empate por 2×2, no Serra Dourada. Na volta ao alvinegro, falhou e errou um passe bobo que culminou no 2º gol do Esmeraldino.
Mesmo com a falha, não demorou muito pra ganhar seu espaço e, logo, já estava com a camisa 8 de novo.
Hoje, apesar de seus quase 37 anos, é um dos melhores volantes do Brasil e, discretamente, dita o ritmo no meio-campo do time da Vila Belmiro. Sem correr muito, tem um posicionamento espetacular e uma impressionante qualidade no passe. Anula adversários sem fazer muito esforço e, quando necessário, sobe ao ataque pra armar as jogadas ofensivas do Peixe.
Além disso, tem um comportamento de ídolo perante o clube. Na sua saída, em 2004, o Santos devia à ele cerca de 1 mi de reais. Marcelo Teixeira o chamou pra conversar e negociar a forma de pagamento. Porém, o volante recusou e pediu pra que o dinheiro fosse repartido entre os funcionários do clube, alegando gratidão por tudo que o Santos lhe proporcionou. É uma atitude rara e diferente da decisão que muitos “ídolos” tomariam.
Renato é o tipo de jogador que todos gostariam de ter em um time. Regular, sem problemas extracampo, comprometido e que joga por amor à camisa, algo difícil de se encontrar nos dias de hoje.
Eterno Renatinho, que sua categoria e elegância continuem sendo desfiladas por muitos e muitos jogos nos gramados do futebol brasileiro e, principalmente, da Vila Belmiro. Que, com o vigor físico, o amor ao clube e a vontade que tem, possa dar muitas outras alegrias ao torcedor alvinegro.
Obrigado e parabéns pela tão bela história que você já escreveu e faz questão de continuar a escrever no Santos Futebol Clube.