Bicampeão!

Ontem (08/05), o Santos se sagrou campeão santista paulista, pela 22ª vez em sua história, ao vencer o Audax por 1×0 na Vila Belmiro, com gol de Ricardo Oliveira (conta uma novidade).

Santos campeão paulista 2016
O elenco do 22º título de Paulistão do Santos.

Apático e sonolento, o Santos não levou perigo nenhum ao gol do Audax até os 44 minutos do primeiro tempo, quando abriu o marcador.

Aos 5 minutos, o time de Osasco já tinha assustado por duas vezes os alvinegros com tiros próximos à meta defendida por Vanderlei.

O Santos pecava nos passes errados. Lucas Lima sem quaisquer condições de jogo, Gabriel destemperado e muito abaixo do que pode render, e Vitor Bueno se assemelhava a um anêmico, sem forças pra brigar e dividir.

Primeiro tempo medonho. Alguns enxergavam um Dorival estrategista, chamando o adversário pro contra-ataque. Enxerguei um time nervoso, errando passes, perdendo divididas e com alguns jogadores sem vontade alguma. Porém, deixemos de corneta. Afinal, o título, mais uma vez, permanece na Vila Belmiro, então voltemos a falar do jogo.

Aos 23 minutos, Lucas Lima, péssimo em tudo que tentou, caiu no gramado e pediu substituição. Paulinho entrou em seu lugar.

Aos 26, surgia a primeira boa chance pro Peixe. Em lançamento da defesa, a bola sobrou pra Victor Ferraz, que deu passe primoroso pra Gabriel chutar fraco, nas mãos de Sidão.

5 minutos depois, mais um respiro tenso e profundo, seguido de suspiro aliviado, do torcedor alvinegro ao ver Tchê Tchê receber, limpar Zeca e bater na trave esquerda de Vanderlei.

O Audax tentava chegar ao gol nos chutes de fora da área e, aos 35, foi a vez de Camacho assustar o goleiro Vanderlei, com mais um chute perigoso.

Já dizia o famoso ditado: “Quem não faz, toma.”. E na Vila, não foi diferente. Depois de inúmeras boas oportunidades desperdiçadas, os comandados de Fernando Diniz sofreram um duro golpe. Bola perdida no campo de ataque, Vitor Bueno, que ainda não havia acertado nada no jogo, roubou, dominou e lançou Ricardo Oliveira. O capitão esperou a chegada da redonda, saiu em disparada, deu uma caneta (meio sem querer, talvez) no zagueiro adversário e tocou de bico, pelo meio das pernas de Sidão, pra abrir o marcador e botar o Santos em vantagem.

O primeiro tempo terminou assim, com o Peixe à frente no marcador. mesmo sendo o Audax superior durante os 43 minutos que antecederam o gol alvinegro.

O segundo tempo voltou e o panorama era melhor. Com alguns jogadores que tiveram atuações lamentáveis no primeiro tempo, melhores no segundo, e à frente no placar, o Santos veio mais tranquilo pra segunda metade do jogo.

Aos 10, o time de Osasco até assustou em cobrança de falta de Velicka, que Vanderlei espalmou.

Aos 22, em contra-ataque muito bem puxado por Gabriel, o camisa 10 lançou Ronaldo Mendes, que parou na zaga adversária.

Apesar do domínio do Audax na posse de bola e a maior presença no campo de ataque, o jogo era mais equilibrado. O time de Osasco não assustava como no primeiro tempo e o Peixe errava menos.

A outra boa chance foi do Peixe. Aos 28, Paulinho chutou de esquerda pra defesa de Sidão.

Aos 32, o inédito e AUDAXcioso finalista voltava a assustar. Ytalo cabeceou e a bola foi no travessão de Vanderlei, que só observou.

Mais uma vez, quem não faz, toma. Aos 36, Joel tabelou com Ronaldo Mendes, entrou na área e tocou no canto esquerdo de Sidão. 2×0 pro Peixe. Só que não. O bandeira assinalou o impedimento. A condição de Joel, no entanto, era legal.

Aos 45, Victor Ferraz foi à linha de fundo e tocou pra trás. Ronaldo Mendes dominou e, com o gol vazio, chutou por cima. Mais uma vez, o Peixe não conseguia matar, definitivamente, o jogo.

 

Aos 48, Raphael Claus apontou o centro do gramado e definiu o fim do duelo. Resultado: Santos Bicampeão do Paulistão.

Confesso que fiquei com certa tendência a não postar as notas. Afinal, creio que algumas notas consideradas baixas seriam, de certa forma, tristes pra um time que acaba de se sagrar campeão estadual. Então, decidi avaliar duas vezes. A primeira será pela partida de ontem, a segunda, por todo o campeonato.

Vanderlei – Passou segurança e tranquilidade ao time quando necessário. Não foi muito exigido e ainda deu um susto ao espalmar falta de Velicka nos pés do adversário, mas se recuperou bem e fez a defesa. Pecou nas reposições de bola, em sua maioria erradas. Nota do jogo : 6,5

Muito seguro e decisivo durante boa parte do campeonato. Passa tranquilidade e segurança ao time. Foi um dos grandes destaques positivos do Peixe no campeonato. Herói na classificação contra o Palmeiras, também se revelou pegador de pênaltis. Seu único defeito é o jogo com os pés. Falha em muitas reposições e acaba dando a bola de graça pro adversário em algumas oportunidades. Nota do campeonato: 8,0

Vanderlei 2
Vanderlei foi um dos grandes destaques do Santos no Paulistão.

Victor Ferraz – Um dos poucos que foi regular durante todo o jogo. Com sangue nos olhos, mostrou raça e vontade desde o começo. Em alguns momentos, até demais, prova disso é o amarelo que recebeu com 2 minutos de jogo. Foi presença constante no ataque e um dos melhores na defesa. Nota do jogo: 8,0

Sem sombras de dúvidas um dos melhores do Santos no campeonato. Bem em quase todos os jogos, foi uma das melhores opções ofensivas nas suas aventuras pelo ataque. Na defesa, sempre um dos melhores, quando não o melhor. Desarmes precisos e faltas apenas quando necessárias. Ainda se apresentou como boa opção pra bola parada. Nota do campeonato: 8,0

David Braz – Raça e vontade nunca lhe faltam e a torcida já sabe disso. Ontem, foi muito bem nas bolas aéreas e por baixo também. Além de motivar o time quando necessário. Errou poucos passes e foi o melhor da zaga. Nota do jogo: 7,5

Após se recuperar de lesão, voltou ao time apenas na 14ª rodada, contra o Capivariano. Foi importante na reta decisiva e, com regularidade e passando segurança à defesa, foi o melhor zagueiro da reta final. Nota do campeonato: 8,0

Gustavo Henrique – Nervoso, errou passes bobos, que não costuma errar. Defensivamente, um pouco perdido por baixo, mas excelente pelo alto. Nota do jogo: 6,0

Começou muito bem o campeonato, em meio à uma zaga desentrosada, que contava com o ainda inexperiente Lucas Veríssimo. Do começo até o meio, muito bem, na reta final da fase de classificação falhou seguidas vezes e foi mal. No mata-mata, não foi mal, mas não foi bem. Poderia ter se destacado mais, visto que David Braz vinha em uma crescente muito boa. Ao todo, foi bem, mas pode, e deve, ir melhor no Brasileirão e na Copa do Brasil, no 2º semestre. Sempre muito preciso na bola aérea, precisa melhor a marcação quando o adversário tem a bola no chão. Nota do campeonato: 7,0

Zeca – Outro que não foi mal no jogo de ontem. Bem na marcação, poderia ter chego mais ao ataque no 1º tempo e auxiliado nas investidas de Paulinho, Gabriel e Lucas Lima pelo seu lado do campo. No segundo, voltou melhor, com mais presença ofensiva, principalmente depois da entrada de Joel. Nota do jogo: 7,0

Muito regular durante todo o campeonato, é um jogador que crescerá e, com certeza, terá espaço nos melhores clubes do mundo. Consistente na marcação, tem muita facilidade pra apoiar, dribla com qualidade, cruza muito bem e só teria que melhorar a finalização. Foi uma das melhores opções pro Santos criar jogadas que levassem perigo aos adversários.  Nota do campeonato: 7,5

Thiago Maia – Começou nervoso e muito mal no jogo de ontem. Aos poucos, o frio na barriga deve ter passado e sua atuação subiu de nível. Os passes fáceis que errava se tornaram os difíceis que acertava. No segundo tempo, correu e marcou pelo primeiro. Nota do jogo: 7,0

Não foi mal no campeonato. Porém, tenho de confessar que esperava mais. Talvez pelo potencial enorme que apresentou ano passado. Começou muito mal o campeonato e voltou a ir bem nas partidas decisivas (as que mais importam, é verdade). Ao todo, acabou sendo importante, mas pra um bom Brasileirão, com o Santos brigando em cima na tabela, tem que ter atuações como as que teve no mata-mata. Mordendo os adversários em cima e chegando bastante no setor ofensivo.  Nota do campeonato: 7,0

Renato – O jogador mais regular do Peixe em toda a partida. Nos piores momentos do time no jogo, Renato era o melhor. Nos melhores, também. Em um primeiro tempo fraquíssimo do grupo, o camisa 8 foi a única peça que funcionou na engrenagem do meio de campo. Passes precisos e objetivos, como sempre, desarmes com categoria e sem falta, chegada no ataque e boa presença na marcação constantes. Muito bem. O melhor do time. Nota do jogo: 9,0

Pra mim, o melhor do Santos no Paulistão. Partidas jogadas com muita inteligência tática, por alguém que lê o jogo como poucos. Posicionamento perfeito, preciso nos desarmes, absurdamente excepcional nos passes, além de, muitas vezes, ajudar na armação das jogadas ofensivas. Extremamente técnico e voluntarioso. Joga com rara categoria. Joga de terno. Tranquilamente, o mais regular da equipe. Seus erros são poucos. Quando não está bem, o meio não rende da mesma maneira. É peça essencial pro bom funcionamento da equipe. Nota do campeonato: 9,0

Vitor Bueno – Péssimo, porém decisivo, no primeiro tempo, Vitor Bueno errava tudo que tentava até o momento em que roubou a bola e tocou pra Ricardo Oliveira marcar o gol da vitória. No segundo tempo, buscou mais o jogo, sem grande destaque. Deixou, e muito, a desejar nas partidas finais. Deve-se levar em conta que é a primeira final no time profissional e que as coisas aconteceram, de certa forma, muito rápidas na vida do garoto. Tem qualidade, mas ainda necessita experiência e mais precisão nos passes. Nota do jogo: 5,0

Uma grata surpresa no campeonato. Aos poucos, foi ganhando seu espaço e conquistou vaga no time titular. Teve atuações tímidas, como no clássico contra o Palmeiras e nas duas finais contra o Audax. Como disse acima, necessita de experiência. Mostrou ter qualidade, em jogos menores, como contra o Capivariano, é verdade. Mas se tem qualidade, deve-se saber trabalhar bem, tanto o emocional, quanto o lado técnico do garoto. Nota do campeonato: 6,5

Lucas Lima – Errou tudo que tentou, ontem. Porém, não merece ter uma nota atribuída, já que demonstrava claros sinais de não ter condições de jogo. Mancava, não marcava ninguém e andava em campo. Sem nota

Mesmo errando muito em algumas partidas, Lucas Lima foi um dos mais decisivos do campeonato. Em jogos, como contra o Palmeiras, na Vila, em que pouco pegava na bola, quando teve a oportunidade, decidiu. Poderia ter ido até melhor, visto que foi mal, também, no primeiro jogo da final, onde tinha condições de jogo e não apareceu pra criar. Ao todo, foi bem. Abaixo do que pode render, mas foi bem, e além de tudo, decisivo em momentos decisivos. Nota do campeonato: 8,0

Gabriel – Parecia que encarava seu primeiro grande jogo como profissional. Destemperado, nervoso e errando quase tudo que tentava. No segundo tempo, ainda foi bem dentro da proposta de contra-ataque da equipe e foi importante pra criação das melhores oportunidades. Compensou, visto que no primeiro tempo foi importante pra não criação de jogadas perigosas pro adversário. Ao todo, poderia ter ido melhor. Nota do jogo: 5,5

Foi muito importante durante toda a campanha. Mesmo oscilando em jogos importantes, como contra o São Bento e na final de ontem, foi o artilheiro do time e fundamental em jogos decisivos, como contra o Palmeiras. Mostrou, mais uma vez, ter faro de gol e oportunismo. Porém, pro Brasileirão, ainda pode melhorar e ser mais objetivo nas jogadas de ataque. Resumindo: menos firula, mais objetividade. Nota do campeonato: 8,0

Ricardo Oliveira – Jogou por uma bola e ela veio. Mostrou toda sua técnica ao tirar, com categoria, o adversário e todo seu faro goleador, ao marcar, mais uma vez, um gol decisivo pra um título do Peixe. Ao todo, não apareceu muito, mas quando apareceu, fez o que todo mundo viu e reviu. Nota do jogo: 7,0

Oscilou bastante no campeonato. Não à toa, seus 7 gols foram marcados em 5 jogos. Pra sorte dos rivais, ou de alguns rivais, marcou gols apenas no clássico contra o Corinthians. Algo que não estamos acostumados a ver. De qualquer modo, jogou do jeito que sempre jogou, marcando em cima, não aparecendo muito, mas aparecendo pra fazer estragos e definir o jogo a favor do Peixe. Em todos os jogos que marcou, o Santos saiu vencedor. Ao todo, foi bem, decisivo e o vice-artilheiro do time no Paulistão. Nota do campeonato: 7,5

RO9 Audax
Adivinhem que fez o gol do título. RO9, sempre ele!

Paulinho – Entrou e tentou algumas jogadas mais agudas, tentou botar um fogo no jogo, mas sem muito sucesso. Não foi mal, mas poderia ter ido melhor. Nota do jogo: 6,0

Oscilou, e bastante, ao longo do campeonato. Teve partidas que foi muito bem, como contra o Corinthians e contra a Ferroviária, mas teve partidas que não teve quase nenhum destaque. Particularmente, saberia que não viria pra ser um grande destaque, mas, certamente, esperava mais do que apresentou até agora. Nota do campeonato: 5,5

Ronaldo Mendes – Entrou bem e buscou o jogo. Criou algumas oportunidades e se movimentou bastante. Deu passe pra Joel fazer o que seria o 2º gol do Santos, não fosse o erro do bandeira. Porém, perdeu oportunidade incrível (virou rotina gols absurdos serem perdidos em finais na Vila) de matar o jogo, aos 46. Nota do jogo: 6,5

Uma grata surpresa. Ronaldo foi contratado pro time B, mas não demorou pra se destacar e chamar a atenção de Dorival Jr.. Foi, aos poucos, entrando bem nas partidas e viveu os dois grandes momentos no campeonato contra um mesmo adversário. O Audax. Na 15ª rodada, saiu do banco para, aos 45, fazer o gol que deu a vitória ao Peixe contra o time de Osasco. E no primeiro jogo da final, quando entrou no lugar do contundido Lucas Lima e soltou uma bomba de muito longe pra empatar o jogo pro alvinegro. Ainda pode melhorar a precisão dos passes. Nota do campeonato: 7,0

Joel – Entrou bem e criou boas oportunidades pro Peixe. Fez um gol, que foi erroneamente anulado pela arbitragem, e participou muito bem das investidas ofensivas do time no segundo tempo. Nota do jogo: 7,0

Mais uma grata surpresa. O camaronês veio pra ser reserva de Ricardo Oliveira e quando o time esteve desfalcado de seu capitão e artilheiro, Joel deu conta do recado e fez gols importantes pra equipe, como no clássico contra o São Paulo. Pode vir a ser uma opção muito interessante pro restante da temporada. Nota do campeonato: 7,0

Dorival Jr. – Diferente da visão de muitos, vi um Santos apático e, muitas vezes, sem saber o que fazer com a bola, na decisão de ontem. Porém, o time teve a competência pra fazer o resultado que necessitava pra ser campeão. As mexidas de Dorival surtiram efeito e o time melhorou bastante com Ronaldo Mendes, Paulinho e Joel. Nota do jogo: 6,5

Mudou o estilo veloz e do contra-ataque do ano passado e passou a jogar com a bola, trabalhando bem ela e esperando o momento certo pra finalizar. Teve seu trabalho, tão criticado por alguns, finalmente coroado com um merecido título. O Santos apresenta boas perspectivas pro restante da temporada, apesar de precisar de reforços pontuais em alguns setores. O time titular é um dos mais fortes e competitivos do país. Porém, pro restante da temporada, será necessário um elenco com jogadores reservas, principalmente na parte defensiva, mais regulares. O time oscilou em algumas rodadas, mas o trabalho de Dorival é excelente e o Peixe ainda pode colher bons frutos. Nota do campeonato: 8,0

Enfim, caros amigos alvinegros bicampeões paulistas. Comemoremos. Somos merecidamente campeões. De novo. Tá até perdendo a graça disputar o Campeonato Santista Paulista. Deviam nos colocar direto na final, pra encurtar nosso calendário. Afinal, mal saímos de um jogo decisivo e já temos outro pela frente. Confronto de ida pela 2ª fase da Copa do Brasil contra o Galvez-AC, na Arena da Floresta, às 19h30. Foco total pra conseguirmos sair de lá com uma vitória por mais de 2 gols de diferença. Eliminando o jogo da volta e encurtando o calendário.

Até o próximo post,

Saudações alvinegras!