Grande ou pequena, o que importa é a vantagem

Foi um dos jogos mais tensos da minha vida. A ansiedade estava à flor da pele antes, durante e até depois do jogo. Antes, a ansiedade rotineira de um importante jogo. O jogo do ano. Durante, a ansiedade pelo gol, que só saiu aos 33 do segundo tempo. E, enfim, depois, a ansiedade pelo 2º jogo. Que, por mim, poderia ser hoje mesmo. A ansiedade de estar na frente no placar na disputa de um título e querer que essa disputa acabe logo.

Vamos falar um pouco do jogo de ontem.

Aos 2, o Palmeiras teve uma falta na esquerda de ataque. Robinho cobrou, Vanderlei espalmou mal e a bola sobrou na cabeça de Jackson, com o goleiro alvinegro vendido. Enquanto a bola viajava em direção à testa do defensor palmeirense, minha respiração parou. Todo um filme passava na minha mente. Um filme de mais um ano perdido. E que começava a se perder em casa. Mas o adversário fez o favor de perder a oportunidade e a confiança de campeão voltou na minha mente.

Aos 5, a grande oportunidade. Ricardo Oliveira foi puxado na área por Arouca. Pênalti. Agora, o filme que passava era outro. Era um onde faríamos o gol logo no começo e abriríamos a defesa do rival. Depois que saísse o primeiro, os outros sairiam com maior facilidade. Mas Gabriel errou. Buscou bem o canto e acertou a trave.

Copa do Brasil - Santos x Palmeiras (foto:Ari Ferreira/LANCE!Press)
Gabriel bate o pênalti e ela vai na trave.

O Santos, mesmo com a penalidade máxima perdida, continuou em cima. Mas parava em Fernando Prass. Foi assim em bom chute cruzado de Zeca, aos 13, e em chute no contrapé de Ricardo Oliveira, que o goleiro defendeu com o pé e ainda pegou o rebote, aos 39.

O primeiro tempo acabou e parecia que não era dia. Mas não podia terminar assim. Era o grande jogo do ano. Era pra ser a vitória mais importante do ano. Tinha que ser ontem. E foi!

Aos 2, Gabriel recebeu sozinho na área, girou e bateu em cima de Prass. Gabriel, que perdera um pênalti e uma grande chance, ainda teria sua redenção.

E ela veio aos 33. Gabriel, que tentava de tudo, mas não fazia um bom jogo, recebeu no bico da área, na ponta direita de ataque santista, cortou Amaral, saiu na cara do gol e tocou no canto direito de Fernando Prass. Aleluia (Imaginem todos os palavrões possíveis em todos os idiomas existentes, aqui e em Marte)! O gol finalmente saía! O Santos finalmente estava à frente no placar!

A redenção viria e Gabriel marcaria o gol da vitória. “Menino da Vila, santista e cruel! Vai pra cima, Gabriel!”

E teria oportunidade pra mais. Aos 50, no último lance do jogo, Ricardo Oliveira recebeu belo lançamento de Renato, ganhou de Vitor Hugo, tirou de Prass e viu Nilson correr em direção à bola. O grito de gol já saía, novamente, da garganta. Mas Nilson perdeu. Com gol aberto e sem marcação nenhuma! Prefiro nem comentar o que se passava pela minha cabeça em relação ao cidadão que vestia a 39 do Peixe na partida de ontem.

Agora, vamos falar um pouco de como o alvinegro só depende dele e um pouco de “e se…”.

A discussão do dia foi o quão grande é a vantagem do Santos e como ela poderia ter se tornado maior se Nilson não fosse…Nilson. Se Gabriel tivesse aberto o placar aos 5 minutos. Se Prass não estivesse em um grande dia e não fizesse grandes defesas. Mas a discussão não deveria ser essa. Afinal, o Santos só depende de si mesmo. O empate, por mais difícil que seja, é nosso.

A discussão correta não é o quão grande é a vantagem e, sim, como o Palmeiras vai fazer para revertê-la. O futebol apresentado pelo alviverde é de baixíssimo nível e terá que melhorar consideravelmente pro 2º confronto.

Já o Santos tem uma semana pra preparar seus titulares pro jogo de volta. Uma semana pra se treinar com 11 atrás e matando jogo em contra-ataque. Assim como foi contra o Corinthians e contra o São Paulo, na Arena e no Morumbi.

Pequena ou grande, a vantagem está do nosso lado e isso já é um grande passo para o título. Se manter na frente é essencial.

Copa do Brasil - Santos x Palmeiras (foto:Ari Ferreira/LANCE!Press)
Quarta que vem, mais uma vez, vocês serão guerreiros! E essa guerra não pode ser perdida! Lutem até o fim!

Seja do Allianz Parque, de um barzinho qualquer com os amigos ou de casa, mesmo, todos estaremos acreditando e confiando em você, Santos! Jogadores que vestem essa camisa, usem-na como se fosse o último jogo da vida de vocês. Como se fosse a última coisa que fossem fazer na vida. Deem a vida e demonstrem toda vontade que puderem em campo na próxima quarta-feira! Virem surdos à frente da pressão que a torcida alviverde irá fazer! Tragam essa taça! Tragam mais um título nacional pra história do Glorioso Alvinegro Praiano e não deixem mais um ano, de muito trabalho, ir em vão! Todos os santista estão com vocês! Joguem por nós! Honrem essa camisa!

Vamos, Santos!

A sonolência que nos tirou do G-4

Há tempos não via um Santos tão sonolento e displicente em campo. Um time com pouco criatividade e bobeios defensivos constantes.

No aquecimento, um retrato do que viria a acontecer. Passes fáceis, afinal era aquecimento, errados. O Santos já dava traços de que não estava em dia. Pelo contrário, parecia estar em noite, dormindo, profundamente. Como se nada importante fosse acontecer.

Tudo bem, o Flamengo cumpriu muito bem sua proposta de vim jogar pelo empate, no contra-ataque, e, se possível, vencer o jogo. Ok, ok. Mas o futebol apresentado pelo Santos ontem foi triste. Os principais jogadores sumiram.

Renato, essencial na transição defesa-meio-ataque, não apareceu. Quando apareceu, errou passes que não tem o costume de errar.

Marquinhos, o homem da armação sem Lucas Lima, penou nos passes errados. Teve um primeiro tempo bem apagado e não aparecia pra receber.

Geuvânio e Gabriel corriam, driblavam e erravam os passes. Apesar de muitos e muitos passes errados, as melhores chances foram deles.

Ricardo Oliveira não ganhava nenhuma bola de cabeça e não criou nenhuma chance. Peça nula em campo, ontem.

 

O herói improvável. Vanderlei foi o nome do jogo de ontem.

Agora, vamos falar do único ponto positivo e único motivo de comemoração de ontem, por parte da torcida alvinegra. Vanderlei. O cara se mostrou muito seguro, mais uma vez. Foi um monstro. Salvou o Santos da derrota em mais de duas oportunidades. Operou alguns pequenos milagres, que nos fazem pensar que o empate não foi tão ruim.

Se Vanderlei se destacou, foi graças a sonolência do Peixe e de seu sistema defensivo. Algo que foi muito presente no jogo foram as diversas bolas nas costas dos zagueiros e dos laterais, além da falta de presença dos volantes na frente da área pra neutralizar os ataques adversários, como deveria acontecer. São falhas que não podem mais acontecer.

A meta no Brasileiro se tornou superar as estatísticas e ganhar os três jogos. Dois fora de casa. Para isso, o Santos terá que superar o posto de Íbis, fora de casa, que o atribuí, leia aqui, e bater Coritiba, no Couto Pereira, Vasco, em São Januário, e Atlético-PR, na Vila Belmiro. Contra o Coritiba, a vantagem é jogar sem a torcida adversária. O Coxa foi punido por confronto de sua torcida com a do Sport, no Alto da Glória, na 22ª rodada, e jogará de portões fechados contra o Alvinegro. Ponto positivo para nós. Contra o Vasco, apesar de ser fora de casa, podemos enfrentar um adversário já rebaixado. Ponto positivo para nós, de novo. Porém, podemos pegar um adversário que precisará da vitória mais do que nunca para se salvar do rebaixamento. Ponto negativo para nós. Na última rodada, o rival é o Atlético-PR, na Vila. Um time no meio da tabela e sem maiores pretensões no campeonato. Ponto positivo para nós.

Rezemos, para que a segunda vitória fora de casa venha no domingo.

Depois do empate sonolento e da má atuação de ontem, o foco é na vitória em Curitiba, domingo, e depois “trocar a chave”para o primeiro confronto da final da Copa do Brasil, contra o Palmeiras, quarta-feira. A Libertadores pode estar perto, mesmo em 5º, mas, em 2 semanas, pode estar longe. O importante agora é focar em todos os jogos e encarar como se cada um fosse uma final.

Ah, antes que me esqueça. Tirando a rivalidade de lado um pouco, gostaria de parabenizar todos os meus amigos corintianos pelo título, mais do que merecido, do Campeonato Brasileiro de 2015 e lembrá-los de que, agora, faltam, ainda, mais dois para alcançarem o glorioso Santos F.C.. Meus parabéns e saudações, do maior alvinegro!

Vamos, Santos!

 

 

Ganso? Claro que quero…bem longe, de mim e do Santos!

Hoje, 10/11, muito se comentou sobre a possibilidade de PH Ganso retornar para o Santos. O alvinegro precisaria de uma engenharia financeira, e parceiros, para fechar a contratação do camisa 10 tricolor.

Por incrível que pareça, ou não, pra você que está lendo, ouvi, hoje, muitos amigos apoiando a volta do “acima da média”, como o próprio se entitula. Quem me conhece sabe que sou, e, provavelmente, sempre serei, contra esse retorno.

Acho que alguém tá com saudade de ganhar clássicos e títulos, não é mesmo, PH?

Futebolísticamente, dentro do campo, pode ser ótimo. Desde que o time corra por ele. Afinal, vale lembrar que PH não corre por ninguém. Mas, com um time cheio de jovens que poderiam dar um pouco de gás a mais pelo 10, ele poderia funcionar muito bem. Com ou sem Lucas Lima. Dê a Ganso a função de apenas armar e verás o quanto ele pode ser genial.

Agora sabe tudo isso que eu falei? Elogiando o cara e blá blá blá? Esquece! Futebolísticamente pode até ser bom, mas vale lembrar que é um investimento muito alto para um time que não está em boa fase financeira. Longe disso, o Santos enfrenta grandes dificuldades e demorou a conseguir manter os salários em dia, esse ano.

E acho que não preciso nem lembrar como o Judas Paulo Henrique saiu daqui, no final de setembro de 2012. Aí, eu escuto: “Você diz isso porque ele foi para o São Paulo?”. Não! Não mesmo! Claro que acertar com um rival é um agravante da situação, mas não é o motivo. Até porque o Dracena saiu daqui para o Corinthians e, se dependesse de mim, seria muito bem recepcionado em uma volta, já que saiu de forma amigável, sem botar o clube na justiça e, até hoje, por onde vai, elogia e demonstra grande carinho pelo clube. Falo que PH é um traidor dos bons, porque saiu daqui brigando com tudo e todos. Se colocando acima do clube que pagou seu salário, que já não era baixo, por 1 ano e meio, e deu todo apoio moral, pra um jogador que teve mais momentos no DM do clube do que em campo.

Olha só, que felicidade! Continua feliz, mas aí mesmo, longe da Vila! CPF na nota?

Em campo, de 2010 até certo período de 2011, foi importante e deveríamos isso a ele. Porque deveríamos? Porque não devemos nada à alguém que se coloca acima de um clube do tamanho, e história, igual ao Santos. Laor e Odílio eram péssimos presidentes, mas conduziam bem as negociações com o camisa 10, que, querendo ser maior que todos, sempre pedia salários astronômicos. Talvez, o maior defeito dos ex-presidentes tenha sido “mimar” tanto jogadores que não tiveram um pingo de reconhecimento ou gratidão por tudo que o Peixe os ofereceu.

Para mim, é o seguinte, jogador que jura amor numa semana e, na outra, acerta com rival, é traíra e não merece voltar pro clube em hipótese alguma! Resta à diretoria o bom senso de analisar, e relembrar, o modo como o “acima da média” tratou o clube que eles tanto amam em sua última passagem.

O melhor 10 que poderíamos ter em 2016, e que tem um preço mais viável que o do Judas Ganso, é Marquinhos Gabriel. Encontrou seu bom futebol na Vila e tem feito por merecer ser contratado em definitivo para o ano que vem. Esse investimento, eu apoio!

Vamos, Santos!

Barcelona em casa, Íbis fora. O que acontece com o Santos?

O fato mais trágico deste Santos-2015 é o aproveitamento como visitante no Brasileirão. Já a maior virtude, é a força como mandante, que só aumentou com Dorival.

Os números deixam ambas situações bem evidentes. Em casa, o Santos tem a 2ª melhor campanha do campeonato, atrás apenas do Corinthians. Na Vila Belmiro, o Peixe possui 17 jogos, sendo 14 vitórias, 2 empates e, apenas, 1 derrota. Conquistou 44 dos 54 pontos disputados. Aproveitamento incrível de 86,3%. Com Dorival, pelo Brasileirão, ganhou todos os 12 jogos que disputou.

RO9, sempre ele, foi o autor do gol da única vitória do Santos fora de casa. Algo que precisa ser visto com mais frequência.

Virando a chave para o seu péssimo aproveitamento como visitante. Longe do “Alçapão”, o alvinegro disputou 17 jogos, com 1 vitória, 7 empates e 9 derrotas. Conquistou 10 dos 54 pontos que disputou longe de casa. Vergonhosos 19,6% de aproveitamento. Com Dorival, pelo Brasileirão, ganhou 1, empatou 5 e perdeu 4. O aproveitamento sobe para, ridículos, 26,7%.

O que assombra mais ainda são os gols. Na Vila, eles saem com extrema facilidade. Fora, dificilmente saem. 42 dos 54 gols do Peixe, saíram na Vila. 42 gols em 17 jogos, média de, quase, 2,5 gols por jogo. É o melhor ataque como mandante e não passa em branco, em TODOS os jogos marcou gols. Como visitante, a história é outra. 12 gols em 17 jogos, média de 0,7 gol por jogo e o 4º pior ataque de um visitante. Nos últimos 4 jogos fora de casa (Corinthians, 2×0; Grêmio, 1×0; Figueirense, 0x0; Joinville, 0x0), o Santos não marcou gols.

Dorival tem motivos para esquentar a cabeça. Santos é o 3º pior visitante e rendimento longe da Vila precisa crescer.

Em casa, o Santos sofreu 14 gols em 17 jogos. Média de 0,82 por jogo. Fora, sofreu 24 em 17 jogos. Média de 1,4 por jogo. Olhando pelo lado positivo, após a chegada de Dorival, a defesa cresceu bastante, em casa e fora. 12 jogos em casa, 7 gols sofridos. Média de 0,58 por jogo. 10 jogos fora, 10 gols sofridos. Média de 1 por jogo. No total, em 22 jogos com o treinador, no nacional, sofreu 17 gols. Média de 0,77 gol sofrido por jogo. Muito abaixo dos 21 gols sofridos em 13 jogos com Marcelo Fernandes. Média de 1,61 gol sofrido por jogo.

Para se manter no G-4 até o final do campeonato, o Santos precisará manter os 100% na Vila com o Dorival e aumentar o rendimento fora de casa. Restam 4 jogos, 2 em casa e 2 fora. Com 2 vitórias em casa e 1 fora, a vaga na Libertadores fica muito bem encaminhada, mas o rendimento longe de casa tem que crescer, e rápido.

O próximo compromisso do Santos pode, ao mesmo tempo, animar e preocupar a torcida. Dia 19, quinta-feira, às 22hrs, o Santos enfrenta o Flamengo, 3º melhor visitante, na briga para se manter 100% em casa com Dorival e no G-4 do campeonato. A vitória é essencial para a vaga na competição continental, que está cada vez mais perto.

Vamos, Santos!